quinta-feira, 30 de junho de 2011

30 de junho de 2011. São Pedro agasalhado no inverno!






Ontem foi dia de São Pedro mas só fui lembrar mesmo ao ver a estátua dele vestida lá nas beiradas da Urca. Estava lindo! Contrastava tristemente com um mar cheio de entulhos e  óleo. Fazia tempo não via as beiradas da Praia da Urca tão imundas... e não só suas beiradas, mas o mar todo até a boca da barra.
Dia frio mas não perdi a hora, cheguei a tempo de lemear a canoa da Andréia, Robertinha, Nani, Guilherme e Bruno. Canoa andando direitinho, principalmente depois do educativo de remar do mesmo lado. Ninguém titubeou ou gritou quando passamos rente a lage quase atropelando uma pedra assustadora cheia de cracas. Ops, virada estratégica e não perdemos a classe. Pareceu tudo programado, sem sustos... ou quase.








Os meninos da estreante também sairam dali das beiradas mas tomaram rumo desconhecido. Dois Léos foram de individual para o Arpoador e Chicão e Clóvis vieram de dupla conosco até a Urca. Dupla sincronizada e andando bem, nos ultrapassou ali na volta antes do Cara de Cão e não mais os alcançamos, nem mesmo quando um deles foi catapultado do banco.
Aliás hoje o Cara de Cão estava bem bagunçado e a nossa canoa com um iaco curto mereceu atenção dobrada. Mas passamos.
Carlota saiu com Joaquina para o mesmo lado e quando voltávamos a encontramos indo.







 


A ondulação foi generosa na ida fazendo a canoa deslizar bem no trecho da prainha de dentro do forte São João, mas na volta também voltamos bem, principalmente quando a ondulação se mostrou favorável da esquina do Pão de Açúcar até a Praia Vermelha.
Desembarque atento para não ganhar lambidas indesejadas e a ajuda do Jorge, Chicão e Clóvis. E também do Léo que já desembarcara.


Já me preparava para ajudar Carlota a sair da água com Joaquina quando Léo pediu que elas voltassem para o mar e o acompanhasse no resgate de um Biguá. Um Biguá que mais tarde os ia bicar! Ele estava emaranhado em uma linha logo ali atrás do Anelzinho. Demorou, mas foi salvo da linha, embora Carlota dissesse que ainda ficara um anzol por ali na sua traquéia. Tomara sobreviva!
Ontem foi dia de são Pedro, todo dia é dia de São Francisco!
Biguá salvo, dia salvo e depois de um costurar de palavras com o Comandante, foi hora de partir.
Ufa, um ponto para o dia, menos um pontinho para a cama!






terça-feira, 28 de junho de 2011

28 de junho de 2011. Perdendo o bonde...



Manhã fria de inverno, cobertor macio, quarto na penumbra... não podia dar em outra coisa. Perdi a hora. Chegando na Praia Vermelha foi o tempo de ver duas canoas de seis partindo rumo ao posto 6 e Léo e Guilherme montando uma canoa dupla para seguir o bonde.
Definitivamente não consigo enxergar os números do cadeado e não pude montar uma canoa individual para fazer parte da carreata.
Voltar para a cama numa manhã dessas, quase sol? Não. Definitivamente não. Mesmo com o frio fino que batia nas minhas pernas e com a constatação que esquecera o cartão da máquina. Não teria muito espaço para fotografias. Mas nada como deletar o velho e preencher com o novo, a vida segue, tal qual o espaço de um cartão de memória.
Fui então me encontrar com Juréia na Praia da Urca e não me arrependi nem um pouco, apesar da solidão que estava naquelas beiradas. Ao longe dois remadores da Rio Vaa montando uma oc2 e pronto.
Mas o mar transparente das beiradas se estendia liso na minha frente, mais liso do que meu cobertor amassado que deixei na cama. Menos quente. Menos limpo. Mas mais lindo!





Assim que entrei na água ouvi alguém me chamar. Era o Iuri também saindo de individual. Rumamos juntos para o forte do Lage e fomos surpreendidos com o sol ainda nascendo por trás do Cara de Cão. Nó, como essas beirdas são mesmo lindas! O que perde em limpeza para os lados da zona sul, ganha em geografia.
Contornamos a lage em sentido oposto, eu no sentido horário, Iuri no sentido anti horário. Nenhum dos sentidos foi incomodado por força de maré ou ondulação, o mar está navegável, absurdamente navegável!
Esse é um trajeto curto que se nos empenharmos podemos fazer em menos de trinta minutos. A ida pode ter sido em quinze mas na volta me perdi nas fotografias. Também pudera, o cartão enchia, eu esvaziava paradar lugar para outro olhar... nisso vai o tempo.







Encontros e mais encontros pelas águas afora. Alê, Nicolas, Paulo e as meninas do Rio Vaa desembarcando.
Solidão que nada... já cantava Cazuza.




Na volta resolvi arrumar assunto e voltei catando todo o lixo que boiava em nossa frente. Não catei mais porque começou a cair e me dava muito trabalho dar ré para buscar o que caía.
Mas catei o suficiente para me sentir bem. Tinha também uma macumba que fizeram ali em cima da rampa.
Mas fora o lixo, o agrado para as entidades... as beiradas estão lindas. Remar no inverno vale muito a pena de sair debaixo do cobertor.





domingo, 26 de junho de 2011

25 de junho de 2011. Asfaltaram as beiradas!





Aniversário da Alê. Aniversário de nascer pro mundo e de nascer para o mar. Para o mundo nem sei há quantos anos, mas para o mar ela contou que há sete. Então hoje era dia de comemorar com uma remada e um café da manhã.
Às sete da manhã as beiradas já estavam bem povoadoas com o pessoal do Carioca Vaa e do Rio Vaa. Lá do CCC só eu e Tonho e logo depois Débora e Bruno.
Uma névoa insistente cobria todo o horizonte urbano e mais um dia me mostrou o quanto tudo muda em questão de horas. Basta um anoitecer para as beiradas se vestirem de um outro jeito.
Pessoal montando canoa de lá do outro lado da Praia e o tempo passando... Alê iria sair de oc6 com outro bando. Eu, Tonho, Ulmo, Juréia, Juréia, Ulmo, Tonho, eu...
- Tonho, vamos até o Posto Seis...
- Bora!
Na volta ficaríamos para o café.
















Começamos a remar e já vimos logo o que nos esperava, um mar liso liso liso que mais parecia um asfalto negro. O Cara de Cão, a esquina do Pão de Açúcar, as esquinas do Leme... tudo amanheceu para ser mariscado.
Não cabíamos nas embarcações de tanto prazer. As canoas faziam um filete reto e infinito na água vindo rumo do caminho navegado. Lindo.
As águas estão transparentes nas beiradas da Praia da Urca, mas é só chegar na mureta e um negro abissal povoado de lixos na superfície começa a tomar espaço. Mas não chega a estragar a festa pois basta cruzar a esquina dorminhoca do Pão de Açúcar e um mar verde nos devolve a crença de que tudo está melhor.
Lá pelo meio de Copacabana fomos encontrar duas canoas da Praia Vermelha, Teté lemeava uma e Pedrinho lemeava a outra. Canoas predominantemente femininas, energia para lá de boa. Paramos uns instantes para dizer o quanto tudo estava lindo e o quanto temos sorte em poder viver esse tudo. Depois partimos rumo ao Posto Seis, eu, Antônio, Ulmo e Juréia.
Descobri ali que apito funciona e não custa nada levar no bolsinho do colete. Não fosse o apitaço que fiz e as duas canoas passariam sem nos perceber.









Contornamos a lage por fora e entramos no Posto Seis. O mar na lage faz onda, faz espuma mas não faz medo algum, tranquilidade de nos deixar parar ali para ficar pescando ou mesmo fotografando... ou mesmo fazendo nada. Bom de ficar. Simplesmente.
O mar hoje permite um desembarque nas areias de Copa para esticar as pernas e nos convida para uma volta catando tatuí. Voltamos pela beiradinha da orla de Copacabana, quase andando junto com o povo da areia. Delícia.





Mas já lá no leme começamos a sentir o resultado de vinte quilômetros remando. Uma dorzinha fina no glúteo esquerdo, um calor queimando a vértebra cervical e Antônio ali do lado, também começando a ficar incomodado. Mas como incomodada ficava a minha avó, bastou um mergulho na água fria e pronto...
- Bora Antônio, vamos enfiar o remo nesse asfalto para chegar logo...
E assim fomos indo, passando por toda a orla em meio a silêncios, fotografias, conversas, risos... até desembarcar na xepa do café da manhã da Alê. Tres horas no mar, não se pode querer tudo. Mas ainda matamos a sede com um copo de mate e jogamos um pouco de conversa fora.
Muitos remadores ali no cantinho do Rio Vaa, inclusive o pessoal do CCC que chegou depois e contou que só foram mesmo dar banho nas embarcações no contorno do Forte Lage.













Valeu o atraso, pois só assim teriamos ido tão longe no nosso desejo de comer asfalto. Muito boa a remadinha, despertou o desejo dos longões e solidificou a parceria com Tonho e Ulmo. Dupla afinada, remando no mesmo ritmo, e lá dentro o mesmo desejo... quilometrar!